terça-feira, 25 de novembro de 2008

Pedalando pela Cidade


Poluição, trânsito, falta de espaço, custo e sedentarismo entre outros, são motivos de sobra para se pensar seriamente na busca de uma solução para o problema de transporte nas grandes cidades.
Experiências como as da Cartagena na Espanha e Amsterdã na Holanda, onde as pessoas dispõem de ciclovias e de bicicletas para uso público são bastante promissoras e exemplo freqüentemente citados pelos defensores do uso deste meio de transporte.
Seria uma solução ideal para o trânsito caótico de São Paulo, se não fosse por alguns pequenos detalhes, normalmente desprezados pelos defensores da bandeira do “verde”.
De início, deve-se considerar a geografia da cidade de São Paulo. Além das grandes distâncias que separam as zonas de trabalho das zonas residenciais, temos uma cidade com uma topografia irregular, com muitas zonas de morros e estrangulamentos devido às pontes sobre os rios e córregos além das vias férreas que cortam a cidade. Também a mal projetada malha viária, absolutamente voltada para o veículo automotor e que sequer respeita a condição de pedestre. Aliado a esses fatores, existe uma cultura na qual se prioriza o transporte por carro, sonho de consumo e sinônimo de status. Também não se dispõem de uma vontade política de conscientização ecológica, além do desrespeito pela propriedade pública ou privada. Seria inconcebível, por exemplo, um programa de uso comum de bicicletas, pois as mesmas seriam em tempo recorde subtraídas para uso privado.
A solução para estes problemas pode estar na utilização da estrutura de transporte já existente de maneira mais inteligente, priorizando-se os meios de transporte coletivos de massa como trens e metrô, a criação de vias exclusivas para o uso de motocicletas, o incentivo ao uso de bio-combustíveis e o mais importante de todos, a educação e conscientização das novas gerações quanto ao uso racional dos meios de transportes, o que pode certamente incluir a bicicleta para deslocamento em distâncias curtas e nos finais de semanas nos quais o volume de veículos motorizados é menor.

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